Décima Quarta Carta
Vou dispensar todos os comprimentos que devia ter, como tive em todas as anteriores cartas porque não estou a escrever esta com o habitual sorriso das outras. Na verdade estou ansiosa de a acabar, de me deitar na cama e despejar a água ao som da musica estúpida que acaba por dizer tudo aquilo que eu queria. És um idiota. Só tu é que ainda não acordaste desse teu mundo complicado, só tu é que ainda não compreendeste que estás no lugar errado, tu devias estar aqui. Sinceramente não entendo, queixam-se de amor e são os próprios que escolhem sofrer. És um parvo. Mas mais parva fui eu que tentei como uma estúpida abrir-te os olhos e mostrar-te como podias ser feliz… É, foi ai que tu te limitaste a enumerar os meus defeitos enquanto que eu apontava todas as tuas qualidades, massacrar as minhas falhas e eu apoiava as tuas vitórias, fazias-me chorar e a burra continuava a dar tudo por um sorriso teu. Eu estou bem. Mas como é que eu me derretia “princesa, conchinha…”? Ó idiota porque é que a cama tem duas almofadas? Uma é minha, a outra é tua! Mesmo assim insististe em dormir sozinho…