Olha lá o céu, tantas estrelas! Brilham, enaltecem tudo o que em seu redor se encontra. Tão longe e ao mesmo tempo tão perto, tão difícil de entender mas que eu amo, como a ti. É à noite que mais me lembro de ti, recordo a tua cara, cada traço, sinal, o modo sem modo do teu cabelo, o teu caminhar como quem pisa nuvens, sem definição. Rosto melancólico que me suplica amor, que anseia, chama, implora e eu corro atrás. Inexplicavelmente é como se sempre andássemos em faixas contrárias, e não só. E é então, que do nada, da dor, da ânsia tudo desaparece, tudo é preenchido. Gota de um ser que não é o meu, invade tudo o que apenas me pertence em sonhos. Mas, afinal amor é a dois. Não sou a segunda peça. Não encaixo no teu puzzle, não acabo a tua construção de legos, não tenho culpa. Sempre procuro mas enquanto eu escalo montanhas, princesas donas de tudo dado andam sobre tapetes vermelhos, lisos, claro, chegaram sempre primeiro. Não espero que isso mude, aliás nem esperança tenho que isso algum dia vá acontecer, apenas escalo. Escalo na esperança de um dia, quando terminar, olhar para trás e me dar ao sabor de pensar “eu tentei” em vez de dizer “e se…” Saberei então, que fiz tudo o que pude, contrariei a força natural da vida, do amor, do silencio. Gritei mas só os surdos ouviram. Não se deve amar quem já tem quem o ame, sendo assim qual a vantagem de remar contra a maré? Vou esperar que a força das águas acalme, ou simplesmente ir com o mar, esperando por descobrir onde ele me quer levar. Até lá, por favor, cala os teus olhos.
J.
